CNB constrói pontes na abertura do evento Irib

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Curitiba (PR) – “Construir pontes”. O lema que elegeu a diretoria atual do Instituto de Registro de Imóveis do Brasil (Irib) foi o foco central da participação do Colégio Notarial do Brasil (CNB) na abertura do XLIV Encontro dos Oficiais de Registro de Imóveis do Brasil, cuja abertura oficial se deu na tarde desta terça-feira (30.05), na capital paranaense.

Compondo a mesa inaugural do evento, na qual esteve ao lado dos representantes das demais especialidades e do presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), desembargador Renato Braga Bettega, o presidente do CNB, Paulo Roberto Gaiger Ferreira, destacou duas das principais pontes que a atividade extrajudicial deve construir: a do afeto e a do futuro.

“O afeto (primeira ponte) promove um imenso crescimento, nos dá força para os desafios como os propostos pela segunda ponte que precisamos construir: uma ponte para o futuro”, destacou Gaiger Ferreira. Em seguida, o presidente do CNB discorreu sobre a evolução da prestação de serviços em meio tecnológico e o atual estágio da atividade notarial e registral brasileira.

Citando o exemplo da capilaridade extrajudicial, antes um insumo importante no relacionamento com os poderes constituídos, e hoje superada por aplicativos que interage com o usuário pelo celular. “Precisamos informatizar todos os serviços, do pequeno ao grande cartório, nos interligar, ter processos eletrônicos, adotar padrões, superando as idiossincrasias pessoais, precisamos trocar os dados estruturados entre nós e oferece-los à sociedade”.

Além dos presidentes do CNB e do TJ-PR, discursaram na abertura do evento, o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR), Rogério Portugal Bacellar, o presidente do Instituto de Estudos de Títulos e Documentos e Pessoa Jurídico do Brasil (IRTDPJ/BR), Paulo Roberto Carvalho Rego, o presidente do Irib, Sérgio Jacomino, o vice-presidente do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB/BR), Cláudio Marçal Freire. Também marcaram presença no evento os tabeliães Sandro Maciel Barbosa e Ana Paula Frontini, vice-presidente da Academia Notarial Brasileira (ANB).

Leia a íntegra do discurso do presidente do CNB em Curitiba

Bom dia!

Agradeço o convite do Irib, de Sérgio Jacomino e sua diretoria, para estar aqui, na abertura do 44º Encontro de Registro imobiliário do Brasil.

Lembro que o conceito, a proposta de trabalho da gestão de vocês é Construindo Pontes. É uma frase significativa, poética, que permite muitas metáforas.

Certamente colegas, estamos aqui, construindo pontes, muitas delas, muitas pontes.
Vou citar duas, a meu ver as mais relevantes:

A primeira ponte é própria dos Encontros, é o afeto. Nós, juristas e operadores do Direito, somos de natureza introspectiva, tímidos, e vivemos apartados neste imenso Brasil. Nós temos que nos reunir, debater, congraçar, rir e chorar abraçados com nossa realidade Notarial e Registral. O afeto prove um imenso crescimento, nos dá força para os desafios.

Desafios como os propostos pela segunda ponte que precisamos construir: uma ponte para o futuro.

Nós estamos um pouco atrapalhados, estamos abestalhados, perdoem a expressão, em face da tecnologia. Usamos o computador como mera máquina de escrever. Já se vão 30 anos do PC, o computador pessoal, e nós não adotamos o melhor das máquinas: o processo, a economia, a simplificação das rotinas. Ao contrário, nós hoje fazemos tudo em duplicata, às vezes em triplicata.

A vida contemporânea não perdoa estes tatibitates com a tecnologia. Tomemos o exemplo de nossa capilaridade. Antes um imenso valor institucional que nos enchia de orgulho; hoje é apenas um detalhe facilmente superável por uma empresa que proveja um aplicativo que interaja com o cidadão pelo celular.

A vida está complexa, voa e se transmuta ao minuto. Fala-se em uberização das profissões, fala-se em inteligência artificial. O supercomputador do Google é imbatível em jogos. O computador Watson, da IBM, é o melhor médico, advogado e engenheiro da face da terra. Será certamente o melhor notário e registrador.

E nós, fixados em “Saibam todos” e “princípios registrais”. Isso é importante, sem dúvida, segue importante a técnica, a qualificação; mas isso já não basta mais.

É preciso que notários e registradores simplifiquem processos, utilizem as redes sociais como ferramenta para o serviço ao cidadão. Precisamos informatizar todos os serviços, do pequeno ao grande cartório, nos interligar, ter processos eletrônicos, adotar padrões, superando as idiossincrasias pessoais, precisamos trocar os dados estruturados entre nós e oferece-los à sociedade. Precisamos usar o data mining e o data processing. Devemos ser mais atilados que os smart contracts e os empresários que reinventam processos para reformatar e sepultar segmentos e pessoas como nós, desculpem a franqueza, pessoas esquecidas no século XX.

O meu desejo é que este encontro seja bravo para aceitar este desafio, construir estas pontes de afeto e para o futuro.

O notariado brasileiro tem orgulho de estar irmanado com os registros para este desafio.
Tenhamos um ótimo congresso.

Muito obrigado!

 

CNB-CF